Em comemoração ao Dia das Mães, o GE HealthCare Reports conta a história de Fernanda Cary, nossa gerente de Educação para a modalidade de Imagem para América Latina, e sua filha Sophie que nasceu prematura no início de 2020

 

De acordo com o Ministério da Saúde, a cada ano cerca de 340 mil bebês nascem prematuramente no país, o equivalente a seis casos a cada dez minutos. A pequena Sophie, agora com 3 anos, faz parte dessa estatística. No começo de 2020, pouco antes do início da pandemia no Brasil, ela nasceu com 6 meses (27 semanas), 790 gramas e passou 94 dias na UTI.

“Foi tudo muito rápido, foi um parto difícil, tanto para ela, como para mim. Eu não podia tocar nela. Sophie estava na incubadora que tinha a função de simular a barriga. Não podemos ficar pegando no bebê, é o mínimo de manipulação possível. Fui pegar na mãozinha dela depois de um mês e meio apenas. Essa parte, emocionalmente, é muito difícil. Meu marido, foi incrível e me deu muito suporte, cuidou de mim, assumiu o controle da situação”, explica Fernanda Cary, nossa gerente de Educação para a modalidade de Imagem para América Latina.

 

Neste momento delicado, a equipe médica teve um papel importantíssimo para Fernanda, foram eles que a orientaram quais seriam os próximos passos, o que poderia fazer para ajudar e estimular o crescimento de sua filha. “A médica disse que o melhor que eu poderia fazer era me cuidar para poder oferecer meu leite e depois amamentá-la, que eu teria que confiar na equipe. Então, pensava muito que quando minha filha saísse dali eu seria A MÃE, sabe? A melhor mãe que eu posso ser”, detalha.

Na UTI neonatal, por conta de alguns procedimentos que os bebês passam, o momento para a visitação é encerrado e todos são direcionados para a sala das famílias. Ali, Fernanda ouvia muitas histórias, conheceu outras pessoas que estavam passando pela mesma situação e acabou criando uma rede de apoio. “Nos uníamos ali de um jeito que formamos uma nova família, dando força e apoio uma para outra. Ainda mantenho contato com muitas pessoas dessa época” explica. Foram três meses de convívio contínuo e intenso na sala na qual chegavam bem cedo e só iam embora tarde da noite. 

Uma imagem contendo foto, diferente, muitos, grupoDescrição gerada automaticamente

 

Maternidade

Por mais clichê que pareça, a maternidade foi transformadora para Fernanda. Ela se tornou uma pessoa ainda mais empática, consciente de seus privilégios e das injustiças sociais, já que a prematuridade não é só uma questão de saúde pública. É também um problema social devido à dificuldade de acesso ao exame pré-natal por mulheres de baixa renda, o que pode ocasionar um parto prematuro.

Além disso, ela também conta que se tornou mais paciente e produtiva para dar conta de todos os seus papéis, tanto na vida pessoal como na profissional. “Aprendi muito a escolher batalhas, nós não conseguimos fazer tudo ao mesmo tempo.”

Fernanda compartilha outro aspecto do qual mudou muito: a relação com sua mãe. “Depois que você vê o trabalho que é cuidar de uma criança, valoriza a sua mãe ainda mais. Agora, entendo a preocupação, o controle em certos aspectos. Várias coisas que as vezes não eram claras, caem a ficha. Então, nossa relação mudou bastante, ela cuida da minha filha e sou muito grata a isso”. 

O crescimento da filha é rápido, mas Fernanda ama ver seu desenvolvimento, as expressões que copia dos pais, o modo como ela conforta uma criança chorando, vê-la interagindo com outros bebês e etc. 

“Hoje, Sophie está com 3 anos e é uma fofa, danadinha. Ela vai ao parquinho, come terra, cai. Isso faz parte do desenvolvimento dela, não sou aquela mãe superprotetora. A pediatra fala que mãe de prematuro tem a tendência de colocar a criança numa redoma e não a deixar experimentar o mundo para se desenvolver. Gosto muito que ela viva as experiências”, compartilha.

“A maternidade é transformadora, faz você querer se tornar sua melhor versão, pois daqui a pouco ela está replicando. Apesar de todos os percalços, tudo valeu e vale muito a pena. Hoje, sou uma mãe muito feliz!”, diz Fernanda.

“Depois dessa experiência, percebi a importância do que nós da GE HealthCare fazemos todos os dias. Sem a tecnologia que temos hoje, seria impossível levá-la para casa em segurança. Além disso, tenho muita gratidão pela equipe da UTI Neonatal - os pediatras, as enfermeiras, os técnicos - que cuidaram de nossa filhinha e deixaram dois pais aflitos à vontade e cheios de esperança. Embora tenhamos assistido a muitas famílias passarem por momentos delicados, o que sem dúvida é duro demais de aceitar, aprendemos que aquele espaço também é um lugar de salvar vidas.”, ela finaliza.

Menina segurando bicho de pelúciaDescrição gerada automaticamente

 

ONG Prematuridade.com

Durante seu período de licença maternidade, Fernanda começou a apoiar como voluntária a ONG Prematuridade.com, onde pode conhecer diversas famílias e acompanhar o efeito da pandemia da COVID-19 nas grávidas e nos bebês, onde o risco de contrair a doença fez com que os hospitais mudassem seus protocolos. “Na UTI neonatal, não era permitida a presença de todos os responsáveis pelo bebê, apenas uma pessoa podia entrar. Às vezes, meu marido passava seis dias sem ver a filha. Era muito complicado estar ali, o medo de estar com um bebê super indefeso. Qualquer pequeno sintoma, eles entravam em protocolo de covid”, explica.

 

A organização sem fins lucrativos, nasceu em 2011 a partir de um blog de experiência de mães e profissionais com a prematuridade e suas consequências. Em pouco tempo, os conteúdos se tornaram cada vez mais relevantes, ganharam espaço e surgiu o desejo de que o assunto fosse debatido com urgência. Em novembro de 2014, foi fundada, por Denise Leão Suguitani, a ONG Prematuridade.com, com sede em Porto Alegre (RS), é a única associação nacional trabalhando pela prevenção do parto prematuro e pela garantia dos direitos dos bebês prematuros e de suas famílias.

 

O trabalho da ONG se baseia em ações dedicadas à prevenção do parto prematuro, à educação continuada para profissionais de saúde e à defesa de políticas públicas voltadas aos interesses das famílias de bebês prematuros e dos profissionais que cuidam deles.

Para saber mais informações ou se voluntariar, acesse: https://www.prematuridade.com/