Novembro é o mês nacional da conscientização sobre o câncer de próstata. Mais de 3 milhões de homens em todo o mundo, a cada ano são afetados pelo câncer de próstata.1 Pesquisadores e médicos têm tentado encontrar a origem, causa e opções de tratamento para o câncer de próstata. A imagem por ressonância magnética (MRI) frequentemente apresenta novas tecnologías, técnicas e como tal, a ressonância magnética se tornou um método de imagem médica valioso para o monitoramento do câncer de próstata.
Biópsia de próstata
Um médico pode suspeitar que seu paciente pode ter câncer de próstata se o paciente tiver um exame de sangue do antígeno específico da próstata (PSA) anormal ou exame de toque retal alterado.2 Quando isto ocorre, o médico pode solicitar uma biópsia da próstata para determinar se as células da próstata são malignas. A biópsia é mais comumente feita usando ultrassom como guia.
Pesquisas recentes examinaram o uso da ressonância magnética como uma ferramenta para guiar a biópsia da próstata.3,4 Por causa disso, a biópsia guiada diretamente por ressonância magnética começou a influenciar o campo cada vez mais. Em alguns casos, a ressonância magnética pode ser uma ferramenta importante para obter mais informações.3 Em outros, a ressonância magnética pode melhorar a detecção de câncer de próstata significativo, enquanto reduz o número de núcleos de biópsia durante cada procedimento.4
Um estudo com 127 pacientes com câncer de próstata desconhecido ou não tratado com pontuação Gleason 6 foi conduzido de agosto de 2013, a janeiro de 2018.3 Este estudo incluiu a biópsia guiada por ressonância magnética de todos os 127 desses pacientes para determinar a progressão de seu câncer de próstata pré-estabelecido. A biópsia guiada por ressonância magnética mostrou que 93 desses pacientes possuiam um escore de Gleason de 7 e 84 desses pacientes tiveram um diagnóstico superior. A acurácia para os pacientes que tiveram biópsias guiadas por ultrassom negativo anteriores foi de 66%, com taxas mais altas para pacientes virgens de biópsia (83%) e aqueles submetidos a vigilância (90%). Os autores deste estudo acreditam que a ressonância magnética fornece informações suplementares importantes em algumas situações.3
Uma revisão retrospectiva de sete ensaios clínicos randomizados foi conduzida para avaliar o impacto da RM pré-biópsia combinada com biópsia direcionada por RM em relação à biópsia guiada por ultrassom.4 Os autores descobriram que a RM pré-biópsia combinada com biópsia direcionada por ressonância foi associada a uma melhor detecção clínica de câncer de próstata significativo, bem como número reduzido de núcleos de biópsia por procedimento. O estudo também observa que a biópsia direcionada pode ajudar os médicos a evitar biópsias desnecessárias.4 Isso se deve em grande parte a alta proporção de indivíduos submetidos a biópsia que não têm câncer de próstata ou têm uma doença de baixo risco que não requerem tratamento.
Prevendo a agressividade do câncer de próstata
Juntamente com a orientação da biópsia de próstata, a ressonância magnética pode ajudar a prever o quão agressivo é o câncer de próstata de um paciente. Embora isso ainda esteja sendo pesquisado, uma equipe de pesquisadores acredita que a Radiomics e um algoritmo usando aprendizado de máquina podem ajudar a prever isso.5
Radiomics visa extrair características quantitativas de imagens médicas usando algoritmos de caracterização de dados.6 Esses dados são então analisados e podem ser usados para melhorar o suporte a decisão. As medidas quantitativas são importantes para o radiologista pois fornecem um entendimento mais claro da doença, além de fornecer suporte para suas crenças.
A equipe desenvolveu um aplicativo com o objetivo de detectar lesões de câncer de próstata e prever sua agressividade com base em ressonância magnética multiparamétrica (mpMRI). O programa analisou as varreduras de 40 pacientes consecutivos com câncer de próstata confirmados por biópsia. Cada um desses pacientes foi submetido a biópsia, quatro semanas após os exames de ressonância magnética incluindo a sequencia de contraste dinâmico. A curva tempo-sinal-intensidade do estudo mostrou que a segmentação da lesão foi realizada na primeira e nas fases mais fortes de realce nas imagens originais da aquiição DCE-MRI. Cerca de 1029 características radiômicas quantitativas foram calculadas automaticamente de cada lesão. O desempenho do aplicativo correspondeu ao de três radiologistas experientes para detecção de lesões sem diferença estatística significativa.6 A equipe acredita que o aplicativo pode ajudar a prever a agressividade do câncer de próstata de forma não invasiva, precisa e automática.
A ressonância magnética pode fornecer uma visão melhor do câncer de próstata quando é realizada antes e utilizada como um guia para a biópsia, em comparação com a biópsia guiada por ultrassom. Além disso, a combinação de imagens de ressonância magnética com um aplicativo baseado em Radiomics e aprendizado de máquina, pode levar a um método potencial de predição da agressividade do câncer de próstata, embora isso ainda esteja sendo pesquisado. Por sua vez, a ressonância magnética pode levar a uma melhor compreensão da doença e sua progressão para os mais de 3 milhões de homens afetados pelo câncer de próstata a cada ano e seus médicos.
Referências:
1. September is Prostate Cancer Awareness Month. PCF.org. https://www.pcf.org/blue/. Last accessed September 19, 2019.
2. Prostate biopsy. MayoClinic.org. https://www.mayoclinic.org/tests-procedures/prostate-biopsy/about/pac-20384734. Last accessed September 19, 2019.
3. Impact of Direct MRI-Guided Biopsy of the Prostate on Clinical Management. AJRonline.org. https://www.ajronline.org/doi/abs/10.2214/AJR.18.21009. Last accessed September 18, 2019.
4. Comparison of Multiparametric Magnetic Resonance Imaging and Targeted Biopsy With Systematic Biopsy Alone for the Diagnosis of Prostate Cancer: A Systematic Review and Meta-analysis. JAMANetwork.com. https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2747475?utm_source=miragenews&utm_medium=miragenews&utm_campaign=news. Last accessed September 16, 2019.
5. Prediction of prostate cancer aggressiveness with a combination of radiomics and machine learning-based analysis of dynamic contrast-enhanced MRI. Clinical Radiology. https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0009d926019303551. Last accessed September 12, 2019.
6. Radiomics. Radiopaedia. https://radiopaedia.org/articles/radiomics?lang=us. Last accessed September 13, 2019.
