Em celebração ao mês direcionado as pessoas com deficiência, o GE HealthCare Reports traz a história de alguns dos responsáveis pelo grupo de afinidade que vem ganhando cada vez mais destaque na empresa.
Ampliar debates e conscientizar pessoas sobre o valor das diferenças são os grandes objetivos dos grupos de afinidades já existentes há alguns anos, dentro da GE. Após o spin off, a GE HealthCare não teve dúvidas quanto a manter esse legado e seguir com cada uma de suas frentes. Abril é o mês de valorizar esse debate do grupo, que reúne pessoas com deficiências e seus conhecimentos, com o objetivo de garantir a participação plena e equitária de todos no ambiente de trabalho. Para isso, são promovidas campanhas e palestras, além de discussões e conscientizações diárias que garantem, a esses profissionais, um dia a dia mais saudável e seguro dentro das equipes.
“Vemos muito, no mercado de trabalho, a contratação de deficientes apenas para o cumprimento da lei de cotas ou então quando a empresa desperta para a questão da inclusão. Entretanto, os grupos de afinidades – como o nosso que foi iniciado na GE antes do spin-off e segue na GE HealthCare – geralmente surgem nas empresas quando queremos trazer representatividade e falar sobre o assunto, como ocorreu conosco”, explica Fernanda Tavares, que está há oito anos na GE HealthCare e também desde o surgimento do grupo no Brasil. “Outra situação que aponta para essa necessidade é a percepção de que, muitas vezes, esse profissional fica anos com a carreira estagnada, sem uma perspectiva de promoção. No mercado de trabalho, já presenciei situações em que pessoas com deficiência perderam oportunidades de promoção e, na sequência, a empresa contratou alguém de fora para a vaga. É mais injusto ainda, quando esse novo profissional é treinado pela pessoa com deficiência, chegando à conclusão de que ela tinha o conhecimento e as capacitações necessárias para aquela posição”, reforça.
“Nosso objetivo é trabalhar fortemente o empoderamento dessas pessoas, demonstrar que queremos pessoas com deficiência atuando em grandes projetos sim! Começamos o conhecido DAN (Disability Advocacy Network) depois que vimos os resultados dos outros grupos (os que são dedicados aos funcionários que se identificam como mulheres, negros ou fazem parte da comunidade LGBTQIAPN+), pois percebemos que eram efetivos para discutir temas essenciais. Como ainda não existia um para pessoas com deficiência na empresa, iniciamos o processo de sua criação. O início foi complicado, uma vez que as pessoas tinham dificuldade com a exposição. Hoje todos ficam à vontade, até mesmo para alertar sobre situações em que sentem algum tipo de discriminação”, detalha Fernanda.
Falar em ter consciência de que não se é menos capaz por conta de uma deficiência pode parecer simples, mas o que o DAN mostra é que, dependendo dos ambientes por que uma pessoa já passou, ela pode muitas vezes precisar de suporte para realmente não deixar que sua deficiência a defina. “Hoje me sinto segura e sei que não sou menos capaz por conta da minha deficiência, que é visual. Sei que os meus colegas já entendem que, antes da minha deficiência no olho esquerdo, sou a Fernanda”, diz. Sua participação ativa beneficia outros integrantes do grupo.
“Sou muito tímida e faço parte daqueles que têm dificuldade nessa questão da exposição, como citou a Fernanda. Aqui na GE HealthCare, depois que entrei para o grupo, venho trabalhando essa insegurança e tenho apoio dos outros integrantes nesse processo. As meninas me incluem em tudo, mesmo sabendo que travo no momento de falar. Tenho deficiência auditiva severa, mas como falo normalmente, muitos médicos até se surpreendem – e a minha dificuldade de falar não é por causa da deficiência auditiva, mas sim pela timidez”, brinca Chrys Rossi, na GE HealthCare há 7 anos.
“Sou outro exemplo de dificuldade em se comunicar! Meu contato com o grupo foi transformador nesse sentido. Fui encorajada, além de entender a minha missão nele. Sempre fui extremamente tímida, tinha vergonha até de abrir a câmera durante reuniões virtuais. Fui entendendo a necessidade de me expor e como isso poderia ajudar outras pessoas. Hoje não tenho mais problemas com isso”, revela Bruna Santin, que está há 4 anos na GE HealthCare e adquiriu uma deficiência visual depois de adulta e atua fortemente no grupo.
Acolher e empoderar a pessoa com deficiência é o principal objetivo do grupo, mas ser um agente multiplicador de informação também é prioridade. Essa evolução é nítida no cotidiano das equipes de trabalho desde a criação, que foi um divisor de águas no que diz respeito ao conhecimento.
Grupos de afinidades são agentes transformadores para o ambiente corporativo
“Trabalhamos muito a divulgação e exposição dos termos capacitistas. Dizer que falta braço na equipe para realizar tal tarefa, pode ser um termo que reduz a capacidade daqueles que não têm braço, por exemplo. Quem disse que uma pessoa que não tem um membro, está impossibilitado de fazer tal coisa? Isso se estende a diversos outros pontos. Observamos que trouxemos para as pessoas um olhar no sentido do que pode ser mais acessível. Hoje a maioria já entende que existem várias coisas simples que todos podem fazer para trazer mais qualidade para nossas vidas”, explica Bruna.
“A transformação não foi rápida, mas já vemos o interesse das pessoas no tema. Quando tem uma palestra, por exemplo, notamos a participação ativa da audiência, fazendo perguntas e trazendo sugestões. Podemos dizer que temos um ambiente seguro, dentro da GE HealthCare, onde ninguém aceita qualquer tipo de situação não confortável”, complementa Fernanda.
Se você nunca trabalhou em uma empresa na qual existissem grupos de afinidades ativos, pode ser que não consiga entender a dimensão do que eles podem fazer no ambiente profissional.
Infelizmente, a cultura da inclusão e da conscientização ainda é muito nova no mercado de trabalho brasileiro, mesmo com a lei de cotas em funcionamento há quase 30 anos.
A lei tem um papel crucial na inclusão, sendo importantíssima para dar visibilidade profissional às pessoas com deficiências, além de promover a convivência. Entretanto, apenas ela não garante o crescimento profissional e o bem-estar desses funcionários.
Nesse contexto, podemos contar a história da Vanessa Cirielli, que está na GE HealthCare há cerca de 3 anos e percebe uma diferença drástica em comparação às suas experiências anteriores.
“Ironicamente, trabalhava em uma empresa de saúde que não possuía acessibilidade nem para os pacientes. Fui diagnosticada com um problema no ombro quando já trabalhava lá há quase 14 anos. O INSS considerou acidente de trabalho, mas a empresa não aceitou”, conta a colaboradora que integra o grupo DAN desde os primeiros dias de trabalho na GE HealthCare.
“Aqui vi muita diferença não só na estrutura, mas na tratativa. A empresa é consciente e isso impulsiona os colaboradores a serem também – mas o time endossa essa consciência, traz informação e se faz presente ali no dia a dia das equipes. Ainda tenho muita dificuldade em saber meus limites, quero fazer tudo e muitas vezes depois fico com dores. O grupo está sempre me mostrando que preciso me conhecer e me respeitar o tempo todo”, completa.
Uma outra questão, muitas vezes não discutida, diz respeito às deficiências que não são expostas ou evidentes. O problema no ombro com que a Vanessa foi diagnosticada, por exemplo, não é uma deficiência visível. Mesmo assim, é uma situação que exige algumas adaptações na rotina diária.
“No começo foi muito difícil, pois as pessoas duvidavam do meu diagnóstico. Já passei por situações de julgamento que incluíam desde ouvir que minhas dores eram frescura até me delegarem tarefas que não poderia executar de forma alguma, como carregar algum tipo de peso. Fiquei constrangida em falar não, pois somos frequentemente discriminados por fazer corpo mole. O grupo de afinidade tem, também, essa função: se esse caso fosse na GE HealthCare, tenho certeza de que a pessoa teria consciência das minhas restrições para determinadas atividades e nem mesmo pediria”, relata Vanessa.
“Nunca tinha conhecido um grupo de afinidade e hoje sou prova viva de que pode transformar a cultura de uma empresa. Não apenas para a pessoa com deficiência, mas para todos que nela trabalham”, finaliza.
